O Corpo Explica

“Toda vez é a mesma coisa. Meu marido fala que vai me ajudar a organizar a casa, mas sempre me deixa na mão. Eu só espero que ele algum dia se toque.”

Sejam muito bem vindos!

Eu sou Vanessa Cesnik, Dra em Psicologia pela USP e co-fundadora do O Corpo Explica e venho aqui falar sobre um assunto muito importante, a Dependência Emocional.

E vamos abordar esse tema através de uma série onde vamos te apresentar cinco perfis dependentes. São eles:

O cuidador;

O campeão;

O bonzinho;

O coitadinho;

O culpado. 

Descobrindo e entendendo suas dependências emocionais, ao final dessa série você conseguirá fazer escolhas melhores para a sua vida.

Chegamos ao terceiro perfil. O Bonzinho.

Mas antes de prosseguirmos, seja bonzinho e não esqueça de deixar o seu like, se inscrever no canal e ativar o sininho. 

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O Bonzinho

Pode até parecer que ser o Bonzinho não é um problema. Mas somente parece, e você vai logo entender o motivo.

Diferente do campeão, que está buscando pela validação das pessoas ao seu redor. O bonzinho age para não incomodar outras pessoas. Evitando críticas e julgamentos.

Ele não quer atrapalhar ou incomodar de modo algum e fica constantemente preocupado com isso.

“Mas o que será que vão pensar de mim se eu fizer isso” 

“E se eu deixar de fazer?”. “Será que eu vou atrapalhar?”

Essas são apenas algumas das coisas que passam frequentemente na cabeça dos bonzinhos. 

A sensação que fica é a de que o bonzinho nunca é a prioridade. Sempre são os outros.

Sua opinião, bem como o seu modo de agir, é sempre pautada na opinião que os outros têm em relação a si.

O reflexo disso é que eles sempre estão buscando confirmação e validação, antes de fazer qualquer coisa. É preciso ter certeza de que eles não estão incomodando ninguém.

E, como já era de se esperar. Assim como os outros perfis, o bonzinho também é formado na infância.

Origem do Perfil Bonzinho

Quando olhamos para a infância do bonzinho, conseguimos encontrar respostas que justificam esse comportamento.

E, nesse caso, trata-se de crianças cuja percepção era simples, elas não podiam incomodar, atrapalhar ou gerar algum incômodo para os seus pais.

Afinal, esses geralmente são pessoas bastante ocupadas. Cheios de problemas para resolver.

Ao observar esse cenário, a criança entende que ela não pode ser responsável por gerar mais um problema na vida dos seus cuidadores.

Além disso, existem casos onde os pais cobram excessivamente que os seus filhos se comportem. Que eles sejam obedientes e que não dêem trabalho com um tom bastante impositivo.

Broncas, castigos e, até mesmo, bater. São ações que transmitem, para a criança, a seguinte mensagem.

“Se eu atrapalhar ou incomodar, meus pais não vão me amar”.

Isso é justo?

Afinal, crianças querem descobrir o mundo. Querem interagir com ele. 

Uma coisa é estabelecer limites e fazer com que as crianças entendam que existem regras a serem seguidas.

Outra coisa é querer que os filhos sejam isentos de qualquer problema. Pra que colocar um filho no mundo então?

O normal é a criança dar trabalho, é ela pedir ajuda dos pais, é ela perguntar, é ela ter problemas e precisar que os pais ajudem e orientem na hora de resolver. 

A vida adulta do Bonzinho

Quando essa criança cresce e finalmente entra na vida adulta, é possível notar diversos reflexos em seus comportamentos. Que tiveram origem nesse período de sua infância.

Ele se torna uma pessoa que precisa de validação e autorização para tudo o que for fazer.

Se recebe uma crítica ou precisa lidar com um conflito, ele fica extremamente angustiado e procura um jeito diplomático de resolver esse problema. Abrindo mão do que ele quer para agradar o outro lado.

Em outras palavras, ele busca ao máximo tornar a vida dos outros mais leve, mesmo que isso custe um peso enorme para a sua vida.

E o pior de tudo isso é que, se talvez o bonzinho tomasse atitudes que contrariasse outras pessoas, elas poderiam nem mesmo se incomodar com isso.

Outro ponto bastante triste é que, muitas vezes, os bonzinhos deixam de correr atrás dos seus sonhos quando percebem que, para isso, podem gerar algum incômodo.

No caso do perfil Bonzinho, serão os traços de caracteres Esquizoide e Oral serão os mais propensos a adotar esse tipo de comportamento.