Oral – Traços de Caracteres

Os orais fazem parte de um grupo de cinco traços de caracteres, formados durante o processo de mielinização do corpo humano.

“Sua boca não fica fechada em nenhum momento? Quando você não está tagarelando, está comendo. Isso quando não está chorando.

Eu tenho certeza que você já conheceu alguém assim, não é mesmo.

Aquele tipo de pessoa que não perde a oportunidade de fazer aquela boquinha. E quando não está comendo, fala por horas e horas.

Além disso, falar sobre emoções e sentimentos é definitivamente a sua praia. Não é para tanto que, vira e mexe, ela vive aos prantos, chorando. 

Pessoas assim agem dessa forma para, de alguma forma, conseguir externalizar o que está dentro de si. Mas não para por aí.

Te convido a conhecer o segundo traço de caráter formado durante o processo de mielinização do corpo e mente.

E o traço da vez, que possui o comportamento que descrevemos acima, é o traço do Oral.

Os orais fazem parte de um grupo de cinco traços de caracteres, formados durante o processo de mielinização do corpo humano. 

Processo esse de muita importância. Afinal de contas, é por intermédio dele que o nosso corpo e mente são modelados.

Em outras palavras, você é quem você é por conta da mielinização. E se você quiser saber mais sobre esse processo, sugiro que leia nosso artigo dedicado ao processo de mielinização e modelagem do corpo humano.

Agora, no decorrer deste artigo vamos tratar sobre outro assunto. Aqui, nos aprofundaremos sobre o segundo dos traços de caracteres. O traço do oral.

Portanto, siga-me nesta leitura e saiba mais sobre o motivo que algumas pessoas não conseguem manter a boca fechada.

Origem do oral

Quando buscamos saber sobre a origem do oral, assim como de qualquer outro traço, precisamos levar em conta duas coisas.

A primeira delas é basicamente a fase vivida pela criança, o período.

Já a segunda diz respeito a parte do corpo que está sendo mielinizada.

Esses são pontos que vão nos guiar a fim de compreendermos qual é a região que está sendo desenvolvida. Além disso, isso vai nos permitir saber qual dos traços de caracteres recebe estímulo.

Período de Formação do Oral

O período referente ao desenvolvimento do traço de caráter oral se inicia após o término do esquizoide. Ou seja, ele começa após o primeiro mês de vida e se encerra até o primeiro ano de existência dessa criança.

Nesse período, a criança começa a ter novas experiências e percepções sobre o mundo. O bebê começa a engatinhar. Além disso, ele passa a interagir com o mundo de um mundo diferente.

E a principal “ferramenta” aplicada nessa interação é a sua boca. Tudo que ele vê ele quer colocar em sua boca. Esse é um dos reflexos da fase que marca essa etapa.

A amamentação. E a parte que está sendo mielinizada, nesse momento, é a cervical. Na prática isso representa uma grande adição sensorial.

A partir daqui, a criança começa a sentir novos cheiros, gostos, textura. Ouve novos sons e aprimora, também, a sua visão. Cada uma dessas sensações se torna cada vez mais aguçada.  

Dor Existencial do Oral

Durante essa fase, da vida de uma criança, ela se encontra em uma situação de total dependência do seu cuidador.

Mesmo com todo esse mundo novo a ser explorado, essa criança precisa de alguém ao seu lado para vigiá-la.

Agora, se coloque no lugar dessa criança. Sendo incapaz de racionalizar toda essa explosão de novas sensações. E não se trata dela querer comer algo com mais ou menos tempero, por exemplo.

Estamos falando de necessidades básicas. Necessidades como a de comer, dormir, defecar, urinar. Mas não para por aí, até mesmo coisas como a sensação ruim de uma etiqueta de roupa incomodando as suas costas. 

Ou, um determinado som que está incomodando a sua audição. 

E, além de não conseguir racionalizar todas essas coisas, tem um outro porém. A única forma que ela tem de expressar que algo não vai bem é através do choro. Não dá pra simplesmente pedir para um adulto resolver o seu problema.

E, desse sentimento de que ninguém consegue resolver os seus problemas, nasce a dor existencial do traço de caráter oral.

A dor do abandono.

Essa é a sensação que essas crianças desenvolvem.

“Não tem ninguém aqui para cuidar de mim”.

E, isso pode nem estar acontecendo, mas essa criança ainda não desenvolveu a compreensão sobre aquilo. A partir dessa premissa, a do sentimento de abandono, existem duas vertentes possíveis.

Essas vertentes vão culminar no desenvolvimento de dois tipos de pessoas, que embora sejam orais, terão algumas diferenças entre si. São eles o oral do excesso e o oral da falta.

Com o rosto arredondado, bochechas maiores e saltadas. Daquelas que temos a vontade de apertar.

Oral do Excesso

Antes de eu te falar quem é o oral do excesso, vou te explicar brevemente o porque ocorre essa diferenciação.

É muito simples, ela está ligada ao modo como a criança interage e percebe o meio ao seu redor. E, consequentemente, o modo como esse meio se relaciona com essa criança.

No caso do excesso oral do excesso, são crianças que usaram o seu principal meio de comunicação alegando que algo estava errado, o choro.

Elas sentiram fome, sede, ou estavam incomodadas com alguma coisa e, deste modo, choravam pedindo ajuda.

À medida que essas crianças choravam, a sua mãe tentava de tudo para resolver o problema. Dava de mamar, colocava uma roupa mais quente, fazia palhaçadas. Tudo que estivesse ao seu alcance.

Porém, ela não conseguia entender qual era o problema que o seu filho tinha.

Para a criança, a sensação de abandono é clara. Afinal, mesmo que sua mãe estivesse presente, ela não resolveu o seu problema. 

Para ela, é como se ela tivesse sido abandonada.

Oral da Falta

Em contrapartida ao excesso, o oral da falta percebe e se relaciona com o meio de um modo diferente.

Eles sofreram pelos mesmos problemas dos orais do excesso. Entretanto, houve uma importante diferença.

Enquanto no excesso, as mães faziam de tudo para tentar resolver o problema dessa criança. 

O oral da falta não recebeu a mesma atenção. Ou, pelo menos, não percebeu essa atenção. E, desse modo, sentiu como se tivesse sido abandonada.

É nítido que, em nenhum dos casos essa criança foi acudida como gostaria de ser.

A vida e Recursos do Oral

Já sabemos qual é a origem e a dor existencial do traço de caráter do oral. Mas na prática, qual é o resultado disso na vida dessas pessoas?

O oral cresce e se diferencia bastante do traço formado anteriormente, o esquizoide.

Enquanto os esquizoides gostam de racionalizar tudo que sentem e tudo que pensam, os orais gostam mesmo é de sentir. Sentir pelo simples fato de sentir.

Eles dão muito valor para as suas emoções e sentimentos. Além disso, gostam de estar rodeado de muitas pessoas. Até mesmo porque, quanto mais pessoas mais facilmente ele poderá se comunicar.

Além disso, é claro, maiores são as chances de alguém oferecer algo para ele comer rsrsrs.

Não espere que um oral consiga racionalizar o que sente, ou que ele permaneça muito tempo em silêncio.

E, como você já deve saber. Ter evidência de um determinado traço não resulta apenas em dores ou coisas ruins.

Cada um deles traz consigo recursos extraordinários.

No caso do Oral, o principal recurso é o da comunicação.

Isso porque ele precisa ser entendido, ele precisa ser compreendido para que as suas necessidades possam ser atendidas.

Deste modo, ele aprende a ser cada vez mais assertivo.

Mas não para por aí, ele ainda é capaz de se conectar com outras pessoas com uma facilidade fora do comum.

Entender o que elas querem, mesmo sem precisarem dizer absolutamente nada.

A clareza de expressão dos orais é tão grande e está tão estampada no rosto de cada um deles que, pedir para um oral contar uma mentira é um desafio extremamente difícil.

O oral foi feito para unir, se conectar com outras pessoas.

Eles são empáticos, sentimentais e bastante comunicativos. Ter um amigo oral por perto, é garantia de muitas risadas, conversas e muito choro também, é claro.

O Corpo do Oral

Agora que já sabemos como funciona a mente dos orais, e também qual o comportamento eles possuem. Chegou a hora de descobrir como a mielinização afeta o seu corpo.

E, nesse caso, vamos encontrar pessoas que, assim como quando eram bebês, aparentam ser bastante fofinhas.

Com o rosto arredondado, bochechas maiores e saltadas. Daquelas que temos a vontade de apertar.

Além disso, é preciso que o oral encontre um ambiente saudável, onde ele possa ser quem ele é. Poder se comunicar, expressar seus sentimentos, suas emoções.

Caso contrário, é bastante possível que ele procure atender essa falta de outros modos. Uma delas é comer em excesso. Resultado em pessoas que podem chegar a níveis altos de obesidade.

Você se encaixa no traço de caráter oral?

Conclusão

E aí, conseguiu se identificar no traço de caráter do oral?

É válido ressaltar que não irá existir uma pessoa exclusivamente oral. Nem mesmo existirá uma pessoa que possui um único traço de caráter em sua formação.

Cada um de nós é formado por um conjunto deles. E isso vai depender do modo como cada um de nós percebeu o ambiente ao seu redor. O modo e a intensidade que lidamos com cada uma das dores dos traços de caráter.

E lembre-se. 

Seja quem você for, é maravilhoso ser quem você é.

Portanto, não fique buscando viver uma vida que não te pertence. A sua já poderá ser extraordinária. Para isso você só precisa se conhecer melhor e se aceitar do jeito que você é.

Deixe o seu comentário, compartilhe esse artigo e continue acompanhando o nosso site, e as nossas redes para conhecer mais sobre os outros traços de caracteres. 

E se você ficou interessado nesse assunto eu sugiro que acesse também os nossos outros conteúdos. Eles vão te ajudar a entender mais sobre você mesmo. A maneira como você age e pensa.

Isso vai te ajudar a lidar melhor com os problemas que você possa vir a enfrentar ao longo de toda a sua vida.

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