Razão X Emoção – Como cada traço de caráter funciona

O importante é que você saiba que não existe nada de errado em ser quem você é.

Razão ou emoção?

Qual desses dois conceitos precisa ser priorizado? Ou, na verdade, é necessário equilibrar esses dois pontos?

E, afinal de contas, quais são os principais fatores ligados ao fato de uma pessoa ser mais emotiva, ou ser mais racional? Aliás, existe algo por trás disso?

É. Quando o assunto é esse existe uma enxurrada de perguntas e repostas.

Uns dizem que não tem como você ser bem sucedido se você focar suas ações com base em percepções exclusivamente emocionais. Pelo contrário, você precisa de um certo grau de racionalidade para poder subir os degraus do sucesso.

Outros, dizem que a sensibilidade, que que se conecta bastante com o lado emocional, é fundamental para tudo, inclusive para os negócios. Trazendo um ponto de vista muito mais humano para a tomada de decisão profissional.

Por outro lado, relacionar-se com uma pessoa, que tende a tomar decisões bastante racionais, pode ser um verdadeiro desafio. Ainda mais quando a outra parte pensa e age de maneira bastante oposta.

Independente de qual for o caso, estamos falando de conflito que está presente na vida de todas as pessoas.

O ponto é. Qual é a melhor maneira de lidar com esse desafio? Existe uma maneira certa de agir?

A verdade é que as coisas são muito mais complexas do que parecem. Afinal, não estamos falando de um comportamento pelo qual temos total controle. Até mesmo porque, você vai entender, no decorrer deste artigo, que razão e emoção é uma dualidade que é moldada no nosso sistema nervoso.

Onde, alguns traços vão ter uma tendência muito maior de apresentar um modo de agir e pensar mais emocional. Já outros vão ser bem mais racionais.

Acompanhe-me nesta leitura e entenda mais sobre essa importante dualidade e como ela se relaciona com cada um dos cinco traços de caracteres.

Razão x Emoção: O que significam

Por um lado, temos um conceito absolutamente atrelado ao poder intelectual do ser humano. A toda a sua capacidade dedutiva, argumentativa e lógica.

É como se considerássemos todos os aspectos ligados ao conhecimento e que fazem parte das faculdades do ser humano.

Já, quando estamos falando sobre como isso ocorre na prática, levando em conta todos esses aspectos intelectuais, consideramos que uma pessoa está sendo racional, ou seja, agindo com racionalidade.

Por outro lado, a emoção pode ser considerada como sendo o oposto direto da razão. 

Em termos gerais, podemos dizer que a emoção é uma reação provocada por um estímulo, ambiental ou cognitivo, e que pode vir a gerar experiências subjetivas e/ou neurobiológicas.

Parece um pouco confuso, não é mesmo? Vamos explicar de uma maneira mais prática.

Imagine que uma pessoa receba a notícia que, a partir do dia seguinte, ela vai perder o seu emprego. Nesse caso, o estímulo que estamos provocando nessa hipótese tem características ambientais e cognitivas.

Esse estímulo tem o potencial de desencadear uma série de reações subjetivas e/ou neurobiológicas. Sendo que, essas reações podem se apresentar como uma tristeza, um medo, uma raiva, uma surpresa, um desgaste, uma euforia.

Enfim, fica fácil perceber que as emoções estão muito associadas ao modo como nos sentimos. Seja isso expresso ou não.

O ser humano e as suas dualidades    

Olhando esses dois polos, pode até mesmo parecer que escolher entre eles é algo perfeitamente natural e simples de ser feito. Inclusive, isso seria um tanto quanto racional se você parar pra refletir.

Mas não é assim que as coisas acontecem na prática. Afinal, precisamos levar em conta, fatores que estão ligados ao modo de agir e pensar do ser humano.

E, caso você ainda não saiba, as principais características associadas ao funcionamento do ser humano, são moldadas desde muito cedo. Começando no momento onde a criança ainda está na barriga da sua mãe e se encerrando por volta dos 5 a 6 anos de idade.

Acontece que você não pode simplesmente descartar essas características. Afinal, elas estão mielinizadas no seu sistema nervoso. Ir contra isso é como se você fosse contrário a você mesmo, a quem você é.

Até é possível, mas os resultados não são nada positivos. Aliás, muito pelo contrário, eles são desastrosos.

O ponto é que, esse processo de modelagem de funcionamento do ser humano ocorre em cinco etapas. Onde, em cada uma delas, é desenvolvido um traço de caráter específico.

Sendo eles:

Cada um desses traços vai apresentar maneiras de funcionar bastante distintas, uns dos outros. Alguns vão ter uma certa predisposição a pensar e agir de maneira mais lógica e racional.

Já outros o contrário, sendo fundamentalmente mais emotivos.

E o mais incrível dessa história é que todo o ser humano vai desenvolver, em seu corpo e mente, os cinco traços de caracteres obrigatoriamente.

Ou seja, não tem como uma pessoa ser 100% emocional e, muito menos, 100% racional.

O que vai acontecer é que cada traço vai se desenvolver com uma maior intensidade ou com uma menor intensidade, em relação aos outros. E isso vai ser definido pela percepção que cada pessoa vai ter em relação ao meio que ela vive.

É essa mistura, absolutamente diferente uma da outra, que vai resultar em um ser único.

Como funciona cada traço de caráter

Por tudo que já dissemos no decorrer desse texto, já ficou bastante claro que ser mais racional ou emotivo são comportamentos que não dependem de uma simples escolha.

Afinal, é preciso avaliar as raízes que foram construídas durante o processo de formação e desenvolvimento do corpo e a mente de cada pessoa.

E, antes de falarmos sobre como funciona cada um dos cinco traços, é importante que fique bastante claro que vão ter pessoas mais racionais, pelo simples fato de que, no seu mapa de caracteres*, elas possuem uma proporção maior de traços que tem características mais racionais.

Assim como no caso das que são mais emocionais. Pelos mesmos motivos, é claro.

Agora quais são os traços mais racionais e os mais emotivos e descubra o que está por trás disso.

Esquizoide

O esquizoide é o primeiro traço de caráter formado pelo processo de mielinização do sistema nervoso.

O fato é que, durante a etapa de desenvolvimento desse traço, o processo de mielinização concentrava todos os seus esforços na região cerebral, trazendo controle e sensação para essa região.

E o resultado não poderia ser outro. Afinal, estamos falando de um traço que dá um enorme valor ao poder de sua mente. Afinal, não é pra menos, até mesmo porque ele tem uma grande capacidade criativa. Construindo coisas a partir do nada.

Agora, para entender o motivo que está por trás disso, precisamos considerar a dor responsável pela formação desse traço, que é a da rejeição. O esquizoide, quando estava na barriga da sua mãe, sentiu-se rejeitado devido a forma que ele percebia o mundo a sua volta.

Naquele momento, a criança, por se sentir em um ambiente onde ela não era bem vinda, concentrou todo o seu foco e energia no único lugar onde ela tinha um certo controle, seu cérebro.

Por fim, temos um traço extremamente racional e lógico. O que não seria nenhuma surpresa, dado toda a prioridade que ele dá para a sua mente.

Relacionar-se com uma pessoa, que tende a tomar decisões bastante racionais, pode ser um verdadeiro desafio.

Oral

No caso do traço de caráter oral, muita coisa muda. Nele, a mielinização avança pelo cérebro e chega ao encontro com a região cervical.

O que é imprescindível, afinal, estamos falando de uma criança recém nascida e que definitivamente vai precisar desenvolver um controle muito maior em relação às partes associadas à região cervical.

Até mesmo porque, ela não apenas precisa comer, mas também precisa pedir por essa comida.

No seu processo de formação, nos deparamos com uma fase bastante dependente da criança. Ela vai precisar da mãe para absolutamente tudo.

Comer, se vestir, se limpa. Não existe um cenário onde essa criança possa crescer e se desenvolver sem uma figura paternal para lhe auxiliar.

Porém, esse auxílio nem sempre é percebido por ela. Afinal, ao expressar suas necessidades, o que normalmente ocorre através do choro, não existe uma garantia clara que a necessidade da criança foi suprida.

É simples, imagine que ela está vestindo uma roupa que está lhe incomodando. Precisamos lembrar que a comunicação assertiva não é o forte dessa criança, o resultado é que a mãe pode tentar fazer dezenas de coisas sem conseguir descobrir o real motivo do choro.

Pronto, isso é o suficiente pra que essa criança se sinta abandonada. E, para ela, esse abandono é muito cruel. Tanto que, para não se sentir mais assim, ela prefere estar absolutamente rodeada de muitas pessoas.

Pessoas das quais ela possa se comunicar, divertir e expor tudo que ela sente vontade. Até mesmo porque, agora ela já aprendeu a se comunicar e vai fazer isso com uma intensidade gigantesca.

 Om tudo isso que dizemos até aqui, fica nítido compreender que estamos falando de um traço fundamentalmente emotivo.

Psicopata

O terceiro traço de caráter se desenvolve no momento onde a mielinização atinge a região toráxica.

A partir desse ponto, já temos uma criança que começa a interagir de uma maneira muito mais eficiente, com as pessoas e com o meio que está a sua volta.

É aquele momento onde as crianças começam fazer diversas coisas que enchem de orgulho os pais e as pessoas que interagem com ela.

São os primeiros passos, as primeiras brincadeiras e tudo de novo que a criança vai aprendendo durante o período.

O problema aqui é que esse interesse dos pais não é contínuo, o que não é nenhuma surpresa. Afinal, os pais e as outras pessoas que entram em contato com essa criança precisam realizar suas tarefas do dia a dia e nem sempre vão conseguir manter um nível de atenção desejado.

Porém, não só isso, essa criança percebe que essa atenção é muito maior quando ela faz algo diferente. Algo inesperado, algo novo. Ou, alguma brincadeira ou atitude bastante apreciada.

É a partir disso que ela começa a perceber que muitas das relações humanas são baseadas em trocas.

“Você me dá o que você quer que eu te dou o que você quer.”

Ou seja, ele aprende, desde muito cedo, o valor de uma boa negociação. Afinal, tudo que ele não quer e vivenciar a dor da manipulação. O resultado disso é a formação de excelentes líderes.

Por esses e outros motivos que o traço de caráter psicopata dá um grande valor para a lógica das coisas. Afinal, não, quando emoções e sentimentos entram no jogo, a conta fica muito mais difícil de fechar.

Masoquista

Olhando para o traço de caráter masoquista, percebemos que a mielinização avançou mais uma vez. Agora, ela está focada na região lombar.

Trata-se de uma fase muito marcada pelo desfralde, onde a criança começa a desenvolver um controle muito maior da região.

Porém, essa transição nem sempre ocorre na melhor das maneiras para a criança.

Durante esse processo ela pode cometer alguns deslizes, se é que você entende, e a reação dos pais, a esses deslizes, pode gerar um sentimento bastante ruim na criação. A sensação de que ela está sendo humilhada.

Porém, ela não quer se sentir mais assim, ela não quer cometer mais esses deslize, ela quer ter controle total controle sobre a situação.

É por essa razão que os masoquistas aprendem a controlar tudo, absolutamente tudo. E isso vale, inclusive, para as suas emoções.

Mas não de um ponto de vista positivo. O que ocorre é que as pessoas do traço de caráter masoquista acabam reprimindo muito do que sentem, embora sintam muito.

É como se ela tivesse um receio enorme em relação ao que as outras pessoas vão dizer, pensar e agir, com base no que o masoquista fizer.

Isso torna o masoquista um traço de caráter que leva suas emoções à flor da pele.

Rígido

Por fim, temos o último traço de caráter formado no processo de mielinização do sistema nervoso.

E não existe um traço melhor para representar todo conteúdo desse artigo. Afinal de contas, ele não é mais racional e nem é mais emotivo e você vai entender o porquê.

Acontece que o traço de caráter rígido é um traço bastante dividido. Afinal, ele sente que a sua vida é uma eterna competição onde ele não pode, de jeito algum, ser considerado como segunda opção.

Essa percepção começou desde muito cedo, onde ele viveu uma triangulação com os seus pais. E, por ser o elo fraco desse triangulo, acabou por se sentir excluído.

Daí por diante, ele passa a viver todas as suas relações do mesmo modo, triangulando tudo. Criando perspectivas e opções para estimular a sua competitividade.

Ou seja, ele quer mesmo que os outros que decidam, ele não. Aliás, desde que ele seja a melhor opção, é claro.

Mas, para ele decidir, aí já é um outro problema. Pois ele vive, dentro de si, uma eterna dualidade sobre tudo. Inclusive quando o assunto é razão e emoção

No fim das contas, temos dois traços que são predominantemente racionais:

  •         Esquizoide;
  •         Psicopata.

Outros dois, que são predominantemente emotivos:

  •         Oral;
  •         Masoquista.

E o rígido, como sendo o meio termo desses traços.

E aí? Já conseguiu se identificar como sendo mais racional ou emocional? O importante é que você saiba que não existe nada de errado em ser quem você é.

Portanto, seja mais racional ou emocional, viva conforme você realmente é e precisa viver, caso queira desfrutar de todos os recursos que os seus traços podem oferecer.

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